Resumen Nos proponemos analizar las representaciones y sentidos en torno a las autolesiones infligidas por personas privadas de libertad en Uruguay, a partir de los resultados de investigaciones en cárceles de varones y mujeres de Montevideo y la zona Metropolitana entre 2015 y 2022. Si bien las etnografías en cuestión no necesariamente tenían entre sus objetivos indagar en los sentidos del cuerpo y las heridas, este nudo emergió de la puesta en común de los hallazgos de las mismas. El abordaje metodológico incluyó en dichas pesquisas la realización de entrevistas y observación participante, y la aplicación de encuestas, talleres y sistematización de datos secundarios en algunas. Este artículo describe los sentidos otorgados a las lesiones autoinfligidas por personas privadas de libertad y las dimensiones que surgen del análisis de sus discursos, profundizando en tres de ellas. ¿Cuál es el lugar de las mismas en su experiencia carcelaria? Por otro lado, considerando que las investigaciones han tenido como interlocutores/as a varones, mujeres, nacionales y no nacionales, cabe cuestionarnos ¿existen especificidades en estos sentidos entre varones y mujeres privadas de libertad? Y por último, considerando que el género no es el único elemento marcador de diferencia y desigualdad, ¿aparecen elementos distintivos en el discurso de los presos no uruguayos sobre estas prácticas y discursos?
Abstract We propose to analyze the representations and meanings around self-harm inflicted by persons deprived of their liberty in Uruguay, based on the results of investigations in prisons for men and women in Montevideo and the Metropolitan area between 2015 and 2022. Although the ethnographies in such issue did not necessarily have among its objectives to investigate the meanings body and wounds, this subject emerged from encountering the results of them. The methodological approach in these investigations included interviews and participant observation, and in some of them, the application of surveys, workshops and systematization of secondary data. This article describes the meanings given to self-inflicted injuries by persons deprived of liberty and the dimensions that arise from the analysis of their speeches, delving into three of them. What is their place in their experience in prison? On the other hand, considering that the investigations have had men, women, foreigners and non-foreigners as interlocutors, it is worth asking ourselves: are there specificities in these senses between men and women deprived of liberty? And finally, considering that gender is not the only element that marks difference and inequality, do distinctive elements appear in the discourse of non-Uruguayan prisoners about these practices?
Resumo: Propomos analisar as representações e significados em torno da automutilação de pessoas privadas de liberdade no Uruguai, a partir dos resultados das pesquisas em presídios masculinos e femininos em Montevidéu e na área metropolitana entre 2015 e 2022. Ainda que as etnografias neste questão não tinham necessariamente entre seus objetivos investigar os significados do corpo e das feridas, esse nó surgiu a partir do compartilhamento dos achados do mesmo. O percurso metodológico incluiu nestas pesquisas a realização de entrevistas e observação participante, e em algumas a aplicação de questionários, oficinas e sistematização de dados secundários. Este artigo descreve os significados atribuídos às lesões autoinfligidas por pessoas privadas de liberdade e as dimensões que emergem da análise de seus discursos, aprofundando-se em três delas. Qual é o lugar deles em sua experiência na prisão? Por outro lado, considerando que as investigações tiveram como interlocutores homens, mulheres, nacionais e não nacionais, cabe nos questionar, existem especificidades nestes sentidos entre homens e mulheres privadas de liberdade? E, finalmente, considerando que o gênero não é o único elemento que marca a diferença e a desigualdade, aparecem elementos distintivos no discurso de presos não uruguaios sobre essas práticas e discursos?